Durante a realização do Encontro Cultivando Água Boa nos dias 17 e 18 de março, em Foz do Iguaçu, Quatro Pontes recebeu o certificado de classificação entre os 10 finalistas do Concurso Boas Práticas do Programa Cidades Sustentáveis, da Itaipu.
A Diretora do Departamento de Ação Ambiental, Rejane Dahmer, ressalta que o projeto inscrito foi “Recuperação de nascentes em Quatro Pontes: Quem ama cuida”.
A 13ª edição do encontro do Programa Cultivando Água Boa (CAB), promovido por Itaipu Binacional e parceiros, estabeleceu um conexão entre as ações socioambientais promovidas na Bacia do Paraná 3, na região oeste do Estado, e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), que devem ser implementados até 2030 por todos os países que compõem a Organização das Nações Unidas (ONU).
Além disso, o encontro que reuniu mais de 3 mil participantes, pela primeira vez apresentou metodologias desenvolvidas pelo CAB que foram replicadas em outros países – como República Dominicana e Guatemala – e Estados brasileiros – Minas Gerais e Mato Grosso, além do Distrito Federal.
A avaliação é do coordenador-geral do CAB, o diretor de Coordenação de Itaipu, Nelton Friedrich, que coordenou a última mesa redonda do encontro - reservada pela organização como um momento para celebrar o prêmio Water for Life (Água Fonte de Vida), concedido pela ONU, no ano passado, e a seleção do CAB como um dos sete cases do relatório Facing the Challenges (Encarando os Desafios), da Unesco.
A mesa redonda teve a participação da representante da United Nations World Water Assessment Programme (WWAP), Angela Ortigara – que fez a entrega oficial das versões em português e espanhol do relatório; da ex-coordenadora do Programa da Década-Água das Nações Unidas, Josefina Maestu; e do teólogo e filósofo Leonardo Boff. “Tivemos a oportunidade histórica, neste encontro, de receber países e Estados que já estão replicando o CAB e também de países que querem construir uma cooperação, como a Costa Rica – o que não estava previsto na programação. Considero essa presença internacional muito importante”, afirmou Nelton.
Ainda segundo ele, a relação CAB-ODS representa “um diálogo que raramente se podia fazer, entre as práticas que estão cada vez mais sendo reconhecidas e sendo referenciais com o grande compromisso da agenda planetária”. “Inclusive, vimos aqui um fato novo: dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, o 11º é sobre cidades sustentáveis. E nós [no CAB] há mais de quatro anos começamos a trabalhar com esse tema. Não tínhamos uma bola de cristal, mas talvez tenha sido uma pequena premonição de como temos que trabalhar simultaneamente as cidades e o campo”, assinalou.
Leonardo Boff lembrou que o CAB trata de um elemento vital para a vida, que é a água. E destacou os resultados, como a preservação das florestas e a manutenção das matas ciliares. “Aqui [na BP3] se encontra um pedacinho do paraíso que não se perdeu, porque aqui se encontram cuidadores”, disse à plateia, formada majoritariamente por parceiros do CAB na região.“Eu creio que o que vocês fazem aqui é a antecipação daquilo que deve ser a humanidade futura, com pessoas que são amigas da vida, que cuidam da natureza”, completou o teólogo.
Para Nelton Friedrich, não se trata de plateia, mas de “atores e atrizes de uma peça teatral de desenvolvimento sustentável, de sensibilidade, da ética do cuidado”. “Eu diria que este momento, especialmente depois de uma premiação internacional, é altamente realizador e nos motiva muito. É um momento de encantamento. Porque os resultados que nós observamos e medimos, tanto os objetivos como os subjetivos, são especiais e animadores”, concluiu o diretor.
Após a mesa redonda, a 13ª edição do Encontro do CAB terminou com a Mística Água da Vida, com a Cia. Amadeus, de Foz do Iguaçu, e participação do grupo indígena VY’Amiri, da Terra Indígena Ocoy, de São Miguel do Iguaçu (PR). No final, houve show com o grupo Viola da Terra.