“Haja hoje para tanto ontem”, brinca o poeta Paulo Leminski. É tempo de pensar o presente e preparar o futuro da saúde pública, uma das principais aflições dos brasileiros e um dos maiores desafios dos governantes. Possuir uma visão sistêmica e entender o perfil de utilização dos recursos financeiros é fator crucial para se montar uma estratégia de atendimento. Mapear a demanda, por mais difícil que essa tarefa aparenta ser, agiliza processos, melhora a eficiência, reduz gastos desnecessários e, principalmente, origina mais bem-estar ao paciente.
Com a pretensão de atender a todos, sem distinção, o Poder Público de Quatro Pontes tem aplicado tais estratégias para aprimorar o sistema municipal e, no curto prazo, fazer mais e melhor. As vantagens são os bons números registrados pela Secretaria de Saúde no Centro de Saúde e na Unidade Básica de Saúde (UBS) Hilda Ana Escher, os quais avançaram, por exemplo, no enfoque à atenção primária, conquista que não deve se perder, mesmo em tempos de recessão econômica.
Conforme o secretário de Saúde, Marco Antônio Wickert, uma crise é capaz de afetar a área da saúde de diversas formas, algo que é de conhecimento geral. No caso público, explica, o impacto pode ser ainda maior se houver atrasos nos repasses e diminuição de financiamento ou a partir do aumento da demanda nas unidades básicas de saúde e hospitais em razão do desemprego, situação que o cidadão supostamente perde o plano de assistência privada e busca atendimento na rede pública municipal. “A tentativa de elevar a qualidade dos serviços sempre será um desafio para qualquer esfera, porém há várias formas de prover boa saúde pública, mesmo diante de um contexto desfavorável como o atual”, afirma.
A área da saúde, muitas vezes, comenta Wickert, acarreta surpresas, mas é necessário encarar os problemas e/ou dificuldades com eficiência e seriedade. “Devemos ofertar o melhor atendimento à população, algo que tem sido feito. Prova disso é, até mesmo, o número de pessoas de municípios vizinhos que buscam atendimento em Quatro Pontes. É sinal de que, sem dúvida, as pessoas são realmente tratadas com respeito, dignidade e, especialmente, carinho. Todavia, é fato que não vamos conseguir resolver todos os problemas neste setor, afinal, não depende, muitas vezes, só do Poder Público. O que podemos garantir é uma saúde básica de qualidade”, assegura.
OS NÚMEROS
A evolução na saúde pública quatropontense é comprovada com o parecer de relatórios. Os números apontam, de 1º de janeiro de 2017 a 05 de abril deste ano, 10.232 (68,85%) consultas no Centro de Saúde e 4.629 (31,15%) na UBS, somando 14.861. Outras 1.564 consultas odontológicas foram realizadas na UBS, além de 5.557 procedimentos em 658 pacientes.
Na farmácia municipal, a Secretaria de Saúde aplicou R$ 3.629.474,08 em 1.490.516 medicamentos, atendendo 20.090 pessoas e 3.526 pacientes. Sobre os procedimentos coletivos, houve a realização de 727, consistindo em atividade em grupo (415), atividade educativa/orientação em grupo (178), ação coletiva de escovação dental supervisionada (48), avaliação antropométrica (46), ação coletiva de bochecho fluorado (24), matriciamento de equipes da atenção básica (01), atividade educativa (09) e atividades educativas sobre a dengue (06), ambas para a população, abrangendo 4.973 usuários.
No que se refere aos procedimentos ambulatoriais, a equipe da saúde prestou 14.605, desde aferição de pressão arterial (2.987), medição de peso (2.627), medição de altura (2.507), administração de medicamentos em atenção básica (1.496), aferição de temperatura (1.480), assistência domiciliar por profissional de nível médio (994), curativo grau I com ou sem debridamento (823), coleta de material para exame citopatológico de colo uterino (357), consulta/atendimento domiciliar na atenção básica (311), glicemia capilar (198), retirada de pontos de cirurgias básicas (118), terapia individual (111), consulta de profissionais de nível superior na atenção (100), acolhimento/escuta inicial/orientação (99), encaminhamento TFD (66), visita domiciliar por profissional de nível superior (45), teste rápido para detecção de hepatite C (35), teste rápido para detecção de hepatite B (34), curativo especial (34), encaminhamento mamografia (26), inalação/nebulização (19), teste rápido para sífilis (18), visita domiciliar por profissional de nível médio (17), teste rápido para detecção de HIV em gestante (17), teste rápido para detecção de infecção pelo HIV (16), teste rápido para sífilis em gestante (15), assistência domiciliar por equipe multiprofissional (14), consulta puerperal (12), consulta pré-natal (10), consulta de profissionais de nível superior na atenção (07), terapia fonoaudiologia individual (03), cateterismo vesical de demora (03), incisão e drenagem de abscesso (01), cateterismo vesical de alívio (01), administração de vitamina A (01), curativo grau II com ou sem debridamento (01), consulta para acompanhamento de crescimento (01) e retirada de corpo estranho de ouvido/faringe (01).
No âmbito social, 759 munícipes foram beneficiados com passagens à Curitiba, somando R$ 56.533,20. Outros 443 tiveram ajuda com hospedagem na Casa de Apoio Ideal e um na Casa de Apoio Hotel Santa Ana, totalizando investimento de R$ 21.404,64. Por sua vez, a Vigilância Sanitária executou 344 procedimentos, contemplando inspeção de estabelecimentos (163), licenciamento (51), exclusão de cadastro (51), cadastro (49), recebimento de denúncias/reclamações (10), atendimento às denúncias/reclamações (07), inspeção sanitária em saúde do trabalhador (06), atividade educativa para a população (04), atividade educativa em saúde do trabalhador (01), investigação de eventos adversos e ou queixas técnicas (01) e atividades educativas para o setor regulado (01).
CISCOPAR
O Município de Quatro Pontes tem, ainda, convênio com o Consórcio Intermunicipal de Saúde Costa Oeste do PR (Ciscopar). Assim, de janeiro de 2017 a março de 2018, houve o agendamento de 20.788 exames especializados, acrescendo o valor de R$ 375.785,20, e 5.036 consultas especializadas, perfazendo R$ 130.927,63.
De outra parte, de maio de 2017 a março de 2018, a Secretaria de Saúde encaminhou, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), 26 procedimentos cirúrgicos no Hospital Dr. Aurélio, em Nova Aurora. Já de agosto de 2017 até março de 2018, 176 pacientes foram conduzidos à Policlínica Cristo Rei, em Entre Rios do Oeste, para exames, consultas e internamentos.
Para o secretário, todos os referidos números até assustam. “Diariamente há médicos à disposição da comunidade, atendimento que ocorre o dia inteiro. A demanda aumentou muito e continua elevando. Talvez se deve à situação econômica da população, mas acredito que nossos munícipes têm procurado cuidar da saúde e porque existe um bom atendimento. Pelo número de habitantes, a busca tem sido fantástica, assim como o montante de pessoas atendidas”, aponta.
BOM ATENDIMENTO
A quatropontense Nilse Hames, de 57 anos, pondera que não tem queixas da área da saúde. “Sempre fui bem atendida pelo sistema municipal. No ano passado, em fevereiro, fiz uma cirurgia na coluna, em Curitiba. Não tive nenhum gasto. Tudo foi encaminhado pelo município, até os exames pós-operatório e os que ainda necessito realizar hoje. Da mesma forma, minha família sempre recebeu bom atendimento. Na farmácia municipal consigo todos os medicamentos que preciso e sem custos. Quando estava na Capital, por várias vezes ouvi que Quatro Pontes é o melhor município em ações quanto à saúde. Fico muito feliz por isso. Em outras cidades, não existe essa ajuda que Quatro Pontes oferta”, avalia.