Começou a tramitar na semana passada, na Câmara de Vereadores, um projeto de lei da Prefeitura de Quatro Pontes que prevê a aquisição do único hospital e maternidade que o município já teve e que está fechado há sete anos por conta de dificuldades em contratar mais profissionais e sanar irregularidades apontadas pela Vigilância Sanitária. Após fechar as portas, os pacientes começaram a se deslocar para outras instituições de referência para receber atendimento médico-hospitalar, caso de Assis Chateaubriand, e no momento para Entre Rios do Oeste, onde a prefeitura mantém convênio.
Na busca por uma solução, o prefeito João Laufer e o secretário de Administração e Planejamento, vice-prefeito Tiago Hansel, realizaram diversas tratativas desde o início da gestão, cogitando, inclusive, a construção de um hospital próprio, algo que custaria mais de R$ 4 milhões. Analisando não ser mais viável para o município, a prefeitura enviou um projeto de lei com a proposta de compra do antigo hospital ao Poder Legislativo visando reabri-lo.
O secretário de Administração e Planejamento, vice-prefeito Tiago Hansel, explica que houve negociação com o médico proprietário do hospital, que concordou em vender o imóvel. Três imobiliárias realizaram a sondagem de valores, uma comissão interna da prefeitura avaliou se estava tudo certo e deu o parecer favorável, assim como a procuradoria jurídica. O Poder Executivo solicitou que a tramitação ocorra com urgência, tanto que o projeto já foi baixado para análise de comissões permanentes e na última terça-feira (14) visita in loco foi feita pelos vereadores para conhecer a estrutura do hospital, com acompanhamento do vice-prefeito.
Viabilidade
Se o projeto for aprovado pelo Legislativo, a prefeitura fará a aquisição do imóvel e logo ocorrerá a licitação para a reforma. Por último, será aberto um processo para empresas que tenham interesse em gerir a instituição hospitalar, ou seja, a intenção é terceirizar o serviço, diminuindo os gastos para o governo municipal. Isso porque, um hospital de tal porte exige, em cada turno, cerca de oito funcionários, entre médico, enfermeiro, técnico de enfermagem, farmacêutico, administrativo, zeladora, motorista e outros. E considerando todos os turnos, diz Hansel, seriam cerca de 25 pessoas, sobrecarregando a folha de pagamento da prefeitura.
Ele ainda argumenta que todo o dinheiro aplicado no serviço do Hospital de Entre Rios do Oeste poderá ser repassado para o hospital local. A proposta de compra é de R$ 1 milhão. Com a reforma, o custo pode alcançar R$ 2 milhões, existindo viabilidade. A estrutura do antigo hospital dispõe de duas salas de cirurgia e dez leitos e em quase todos há capacidade para colocar de duas a três camas. A unidade será voltada à baixa e média complexidade. “É um pronto atendimento, ou seja, terá atendimento diário de 24 horas”, expõe.