Quatro Pontes está em situação alarmante sobre a dengue. Conforme os dados da 20ª Regional de Saúde de Toledo e do Ministério da Saúde, o índice de infestação faz-se de 896%, sendo que o preconizado é menos de 1%. O cálculo realizado é o mesmo que para uma cidade com 100 mil habitantes, algo que choca ainda mais, pois Quatro Pontes tem apenas 4.015 pessoas. Superior a 1%, a primeira situação é de alerta e depois o risco é de surto de doenças, como dengue, zika e chikungunya.
Hoje (21), Quatro Pontes está com 40 casos confirmados, inclusive uma criança de um ano e outra de seis, número que dia a dia tem elevado consideravelmente. Há, ainda, seis casos descartados ou em investigação e 46 notificados, conforme a Secretaria de Saúde. Em vista disso, reuniões tem sido realizadas para debater ações emergenciais, a fim de resolver a epidemia de dengue. Na última sexta-feira (17), o Comitê Municipal de Mobilização contra a Dengue promoveu uma reunião extraordinária junto ao Centro de Saúde. Ontem (20), por sua vez, o prefeito João Laufer se reuniu com o secretário de Saúde, Marco Antônio Wickert, e equipe, incluindo as agentes de endemias e Agentes Comunitárias de Saúde (ACS), secretário de Obras, Urbanismo e Transportes, Luis Carlos Becker, representantes de entidades e de órgãos públicos, na prefeitura.
Há dias, uma ampla ação de bloqueio é feita pelas agentes de endemias, que agora tem recebido a ajuda das ACS. O trabalho consiste em visitas para eliminar o mosquito Aedes aegypti, sendo que focos de larvas estão sendo encontrados em toda a cidade. A maior parte dos depósitos é em vasos e pratos de plantas, baldes de lixo, cisternas, baldes que coletam água da chuva e em lixo reciclável.
A enfermeira da epidemiologia, Maíra Cristina Risse, alerta toda a população destacando que a situação em que o município se encontra é extremamente grave. “Estamos bem preocupados. Na sexta-feira, os casos confirmados eram 22 e havia 31 em investigação. Ontem tinha 36 e hoje (terça-feira) subiu para 40 pessoas. Já realizamos duas reuniões para elaborar um plano de ação, algo que envolva as secretarias municipais e convoque as lideranças e população para auxiliar no combate à dengue. O quadro de epidemia já triplicou no município. É uma situação realmente muito preocupante. Temos crianças com dengue e vários idosos. Neste público, a doença age de forma muito mais perigosa porque ela desidrata em alto grau. As agentes estão fazendo um cansativo trabalho de campo e parabenizo quem está cuidando do quintal. As pessoas que ainda não o fazem, pedimos gentilmente que tomem alguma atitude. Se ajude e ajude o vizinho. Temos urgentemente que nos unir para combater a dengue”, enfatiza.
Multa
O Setor de Controle de Endemias também está aplicando multa aos donos ou ocupantes de imóveis que tenham focos de infestação do mosquito Aedes aegypti. Na primeira vez, o infrator recebe advertência por contrariar os artigos 2º, 3º, 4º e 6º da lei municipal nº 1602 de 29 de abril de 2015. Na reincidência, a multa é de R$ 100,70. O valor sobe para quem repetir o erro de permitir criadouro do mosquito e é superior a R$ 1 mil.
Segundo a advertência, os proprietários de imóveis são obrigados a adotar medidas de proteção de modo a evitar o acúmulo de água, originadas ou não da chuva, bem como realizar manutenção e limpeza dos locais sob a sua responsabilidade, providenciando o descarte ambientalmente correto de materiais inservíveis, que possam acumular água, evitando, assim, condições que propiciem a proliferação do vetor causador da dengue. A visita de retorno das agentes de endemias ao munícipe advertido é em sete dias, a fim de verificar se as providências necessárias foram tomadas.
A agente de endemias, Marciane Inês Kollett, explica que o trabalho de verificação de focos de larvas e conscientização dos munícipes é diário. “É uma luta constante. Já são mais de 50 advertências e adotamos a medida de aplicação de multa aos reincidentes. Muitas pessoas estão fazendo pouco caso da situação, ou seja, falam que não é preciso advertir e/ou multar, mas infelizmente a nossa realidade é séria. Uma ampla divulgação tem sido realizada, aliada à ação de bloqueio e pedágio, mas precisamos da colaboração de cada um para eliminar os focos de larvas”, diz.